Entenda a relação entre uso de fitoterápicos e neuroproteção de idosos
O assunto de hoje é o uso de polifenóis na neuroproteção e no declínio cognitivo de idosos.
Você conhece a blueberry?
Conhecida no Brasil como mirtilo (Vaccinium myrtillus L.), seus frutos são provenientes de pequenos arbustos, comuns em regiões montanhosas do hemisfério Norte.
Os mirtilos pertencem à família Ericaceae e ao gênero Vaccinium. Várias espécies do mirtilo podem ser encontradas em diferentes áreas geográficas, dependendo das variadas condições climáticas necessárias para o seu crescimento.
Medicamento fitoterápico de registro simplificado
Foi dessa forma que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA/MS) apresentou, em 2014, o mirtilo em nosso país. Isso porque os extratos obtidos dos frutos maduros do mirtilo são muito eficientes no apoio do tratamento da fragilidade e alteração da permeabilidade capilar, além do tratamento da insuficiência venosa periférica.
Interesse dos cientistas pelo mirtilo
Já se sabe que os efeitos benéficos do mirtilo vão além do apoio à microcirculação. Isso graças às crescentes pesquisas sobre o assunto, que há um tempo vêm despertando o interesse de pesquisadores devido aos resultados positivos que os polifenóis do mirtilo trazem para a nossa saúde.
Provedor de suporte ao estresse oxidativo
Ricos em antocianosídeos, os mirtilos são fontes de flavonoides que possuem fortes propriedades antioxidantes, promovendo suporte ao estresse oxidativo. A exposição excessiva a espécies reativas de oxigênio poderiam levar a dano cumulativo em cognição e comprometimento motor.
O comprometimento motor poderia se agravar em casos de exposição crônica, que são mais exacerbadas em desordens neurodegenerativas, tais como a Doença de Alzheimer e a Doença de Parkinson.
Assumindo que o estresse oxidativo é o principal fator envolvido na patogênese do envelhecimento cerebral e das doenças neurodegenerativas, aumentar os níveis de antioxidantes poderia atrasar o início de sinais de envelhecimento ou reverter os já estabelecidos.
Giacalone e colaboradores (2011) observaram que polifenóis de mirtilo poderiam tornar-se agentes farmacológicos úteis para várias condições, incluindo doenças neurológicas.
Conheça outras propriedades dos fitoquímicos do mirtilo citadas por esses autores
- Estabilização de fibras de colágeno e promoção da biossíntese de colágeno,
- Diminuição da permeabilidade e fragilidade capilar,
- Inibição da agregação plaquetária,
- Diminuição da liberação e síntese de compostos pró-inflamatórios como a histamina, prostaglandinas e leucotrienos.
Fique atento: a ingestão média de polifenóis na dieta nos países ocidentais é de aproximadamente 1g/dia. A ANVISA/MS (2014) recomenda o consumo diário de 110 a 170mg de antocianosídeos expressos em cloreto de cianidina-3-O-glicosídeo.
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Referências
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa nº 02 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”.
Giacalone M, Di Sacco F, Traupe I, Topini R, Forfori F, Giunta F. Antioxidant and neuroprotective properties of blueberry polyphenols: a critical review. Nutr Neurosci. 2011 May;14(3):119-25.