O que é Anemia e qual a importância do Ferro em nosso Organismo
A anemia é definida pela Organização Mundial da Saúde como aumento ou diminuição do tamanho das hemácias acompanhada da redução ou não da concentração de hemoglobina. A anemia nutricional é aquela cuja etiologia está relacionada à carência de um ou mais nutrientes, sendo a deficiência no consumo ou na absorção de ferro suas causas mais comuns.
O Ferro participa da síntese da hemoglobina, mioglobina, além de ser cofator de uma série de reações enzimáticas. Aproximadamente 40mg de ferro são necessários, por dia, para a utilização interna no organismo, principalmente para a substituição da hemoglobina, grande parte desta quantidade é proveniente da reciclagem do ferro existente no próprio organismo sendo apenas 1 a 1,5mg de ferro proveniente da absorção intestinal.
Na gestação a anemia por deficiência de ferro (DF) é definida por níveis de hemoglobina abaixo de 11g/dl. As gestantes têm maior risco de desenvolver este tipo de anemia pela sua própria demanda fisiológica e também do feto.
Fatores e Riscos a serem observados durante a Gestação
Além da expansão do volume sanguíneo, na gestação, também ocorre aumento das necessidades pera o crescimento fetal. Além disso, é pequeno o número de mulheres que iniciam a gestação com os estoques de ferro adequados. Isso justifica um cuidado com níveis adequados deste nutriente na pré-concepção. A partir da sexta semana de gestação, há um aumento progressivo da volemia plasmática, levando a hemodiluição, caracterizada pelo aumento do volume plasmático em relação ao volume eritrocitário devido à formação da placenta e ao rápido desenvolvimento do feto, tendendo a estabilizar na vigésima oitava semana.
Devido à anemia, essas mulheres têm menor ganho de peso durante a gestação, maior risco de parto prematuro, placenta prévia, hemorragias, ruptura prematura de membranas, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, sepse pós-natal, maior risco de morte, menor desempenho laboral, fadiga, fraqueza e dispneia assim como maiores complicações para o feto como baixo-peso do recém-nascido, prematuridade, mortalidade natal, anemia neonatal e défict do desenvolvimento.
No segundo e terceiro trimestre gestacionais, para preservar o balanço de ferro, é necessário um aumento na absorção de 4 a 5 mg por dia. Dessa forma, para suprir a necessidade adicional, o organismo utiliza diversos mecanismos para a produção da hemoglobina fetal, como aumento da absorção no intestino. Apesar de toda adaptação fisiológica, a necessidade de se aumentar o aporte nutricional de ferro heme e não heme, bem como vitamina C e a suplementação diária oral pré natal de ferro ocorre em muitos casos.
Recomendações Nutricionias durante a Gestação
As principais fontes de ferro heme são as carnes em geral e sua absorção média é de 25%. Já o ferro não heme representa a maior parte do consumo dietético de ferro. É encontrado sob a forma insolúvel, a forma férrica, em alimentos de origem vegetal, como vegetais folhosos e leguminosas. Durante a digestão é reduzido a forma ferrosa (melhor absorvível) e a proporção a ser reduzida depende da influência de componentes dietéticos ingeridos, como fitatos, taninos e cálcio. Assim, ao elaborar o plano alimentar da gestante o nutricionista deverá avaliar os alimentos que a mesma já consome, estimulando o consumo de alimentos que otimizem a absorção do ferro como aqueles fontes de vitamina C e vitamina A.
Além disso, o Ministério da Saúde, recomenda a suplementação de 40mg de ferro elementar diariamente até o final da gestação. Em casos de anemia (Hb <11g/dL) as doses deverão ser maiores, sendo ajustadas para cada caso. Contudo é preciso atentar para a individualidade bioquímica de cada gestante, seu consumo alimentar e questões obstétricas específicas para realizar a adequada prescrição do suplemento.
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