Você tem dúvidas sobre como atender pacientes de pré e pós-operatório da cirurgia bariátrica? Isso é bem comum, afinal o assunto é complexo e demanda um estudo profundo.
Por essa razão, fazer um curso de atualização na área te dará o conhecimento necessário para acompanhar as pessoas que viveram esse processo ou que ainda terão essa experiência.
A seguir, daremos detalhes sobre os tipos de cirurgia, a importância dos cuidados nutricionais e as melhores orientações para você cuidar dos pacientes bariátricos com excelência!
Entendendo a cirurgia bariátrica
Quando pessoas com obesidade grave treinam, mudam a alimentação e mesmo assim não têm resultados expressivos, é hora de tentar uma nova solução.
Assim, em 1954 surgiu a cirurgia bariátrica, com o objetivo de reduzir o tamanho de algum dos órgãos digestivos (como estômago ou intestino), para provocar uma perda de peso significativa e duradoura.
Hoje esse procedimento é indicado para pessoas que têm o IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40 kg/m², ou entre 35 e 40 kg/m², desde que apresentem doenças que podem ser agravadas pela obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e apneia do sono.
Além desses critérios, a decisão de realizar a cirurgia bariátrica é baseada em uma avaliação individual do paciente. São levados em conta fatores como histórico médico, tentativas prévias de perda de peso, motivação e capacidade de aderir às mudanças no estilo de vida após o procedimento.
Tipos de cirurgias bariátricas
Como dito, a primeira cirurgia bariátrica moderna foi realizada na década de 50 pelo médico sueco Ake Senning. Ele desenvolveu uma técnica chamada derivação bilio-pancreática, que envolve a redução do estômago e o desvio do trânsito intestinal (para reduzir a ingestão de calorias).
Desde então, o procedimento evoluiu e surgiram diversos métodos com o mesmo propósito: diminuir a capacidade de absorver ou receber alimentos e provocar a perda de peso.
Atualmente, existem principalmente 4 tipos:
Bypass gástrico
Também chamado de Gastroplastia em Y de Roux, é uma técnica que divide o estômago em duas partes. A região superior, de menor tamanho, é conectada diretamente ao intestino delgado, desviando uma porção do trânsito alimentar.
A ideia é reduzir a quantidade de alimentos que podem ser consumidos e também a absorção de calorias e nutrientes.
Gastrectomia vertical
Nessa cirurgia, cerca de 80% do estômago é removido, deixando o órgão em formato de tubo ou “sleeve”. Isso reduz a capacidade de consumo alimentar e também afeta os hormônios relacionados à fome, proporcionando uma rápida sensação de saciedade.
Banda gástrica ajustável
Procedimento que coloca uma banda de silicone ajustável ao redor da parte superior do estômago, criando uma pequena bolsa. A banda pode ser ajustada posteriormente para controlar a passagem de alimentos e a sensação de saciedade.
Derivação biliopancreática
É uma técnica que combina a remoção de uma parte do estômago com um desvio intestinal. O estômago é reduzido a uma pequena bolsa, e uma parte do intestino é deslocada, reduzindo a absorção de calorias e nutrientes.
O papel da nutrição na Cirurgia Bariátrica
Indispensável. Essa é uma palavra que resume bem o trabalho do nutricionista em uma equipe multidisciplinar que acompanha pacientes que passaram ou passarão pelo procedimento.
A nutrição em cirurgia bariátrica é importante no pré e pós-operatório, mas também na adaptação ao novo estilo de vida, na prevenção de deficiências nutricionais e na manutenção ou melhora da composição corporal recém-adquirida.
Entenda, detalhadamente, como funciona cada uma dessas etapas!
1. A nutrição no pré-operatório
Na Especialização em Intervenção na Obesidade e Cirurgia Bariátrica, aprendemos que o trabalho do nutricionista se inicia na avaliação pré-operatória. É nela que ocorre um atendimento individualizado e identifica-se quais as necessidades e condições do paciente.
Essa verificação começa pela anamnese, uma entrevista detalhada para coletar informações sobre o histórico médico e nutricional, padrões alimentares atuais e presença de alergias ou intolerâncias.
Em seguida, realiza-se o exame clínico para identificar sinais de carências nutricionais e a avaliação antropométrica para entender a composição corporal, medindo peso, altura e circunferência da cintura e do quadril.
Caso o paciente esteja com os dados bioquímicos, é importante fazer a correta interpretação dos exames laboratoriais com o intuito de desenvolver um plano alimentar adequado.
2. A nutrição no pós-operatório
Após a cirurgia, o paciente precisa ter uma boa recuperação, e a nutrição tem uma grande responsabilidade nisso.
Durante essa fase, o corpo está se adaptando às mudanças cirúrgicas. Uma adequada alimentação pós-operatória é fundamental para a cicatrização, prevenção de complicações e otimização dos resultados.
O nutricionista atua primeiramente elaborando uma dieta líquida rica em proteínas, afinal é o nutriente essencial para a regeneração de tecidos e a preservação da massa muscular.
Com o passar das semanas e meses, a consistência da dieta evolui até que o consumo de alimentos sólidos seja restabelecido. O objetivo da transição é garantir uma boa tolerância gastrointestinal e evitar complicações pós-operatórias.
Vale lembrar que o paciente precisa ser avisado em relação à quantidade de alimentos que poderá ingerir e sobre a qualidade nutricional deles. Deverá haver uma grande mudança no estilo de vida.
3. Prevenção de deficiências nutricionais
Além de dar recomendações para o acompanhamento pré e pós-operatório da cirurgia bariátrica, o nutricionista deve cuidar para que o organismo do paciente não tenha falta de vitaminas e minerais.
Uma das estratégias comuns é utilizar suplementos nutricionais, de acordo com a avaliação feita dos exames laboratoriais. Normalmente os nutrientes mais prescritos são o ferro, a vitamina B12, a vitamina D, o cálcio e o folato.
No entanto, de nada adiantará a suplementação se a dieta estiver inadequada. Por isso é vital ter uma alimentação equilibrada, com variedade de frutas, legumes, proteínas magras e grãos integrais, sempre monitorando a ingestão de calorias.
No Curso de Atualização em Cirurgia Bariátrica da NutMed, você conhecerá as estratégias mais efetivas na prevenção de deficiências nutricionais.
4. Adaptação ao novo estilo de vida
A última função da nutrição é ajudar o indivíduo a se adaptar ao novo estilo de vida pós-cirurgia bariátrica. É essa etapa que garante a perda de peso saudável e duradoura.
A nutrição comportamental tem algumas ferramentas que podem ser úteis nessa adaptação, uma delas é o Mindful Eating, que significa comer com plena atenção. Essa prática ajuda a controlar a compulsão por alimentos e melhora a mastigação, facilitando a digestão e evitando desconfortos gastrointestinais.
Também é essencial aprender a controlar as porções e reconhecer os sinais de saciedade, pois o organismo não conseguirá mais suportar grandes quantidades de comida.
Por fim, em relação à autoestima, a Nutrição Estética pode ajudar no Tratamento da Celulite ou de outras demandas que o paciente possa ter. Realizar acompanhamento com psicólogo e personal diet é uma possibilidade para aqueles que desejam um maior suporte.
Complicações nutricionais pós-cirurgia bariátrica
Embora não seja uma regra, existem alguns desafios que podem aparecer depois da realização da cirurgia bariátrica.
Além das deficiências nutricionais abordadas há pouco, existem chances de aparecerem transtornos alimentares, a síndrome de dumping e a intolerância alimentar. Entenda melhor a seguir!
Transtornos alimentares
Com o passar do tempo, alguns indivíduos começam a ter comportamentos alimentares desordenados. Essas atitudes variam entre restrição alimentar exagerada, preocupação obsessiva com o peso e uso de vômitos ou laxantes após as refeições.
Por sua vez, também pode acontecer atitudes compulsivas, tal como uma grande ingestão de comida em um curto espaço de tempo. Ter uma atualização em transtornos alimentares facilitará seu trabalho com esses pacientes.
Síndrome de Dumping
Essa condição é caracterizada pela rápida passagem de alimentos do estômago para o intestino delgado, resultando em náuseas, vômitos, tonturas, sudorese, diarreia e mal-estar geral após as refeições.
Além de afetar a qualidade de vida dos pacientes, a síndrome de dumping pode prejudicar a absorção de nutrientes, ocasionar hipoglicemia reativa, incentivar a restrição alimentar e gerar problemas emocionais.
O tratamento costuma envolver mudanças na alimentação, como evitar alimentos desencadeantes, consumir porções menores e mais frequentes, mastigar bem os alimentos e evitar líquidos durante as refeições.
Intolerância alimentar
Após a cirurgia bariátrica, é comum que alguns pacientes desenvolvam intolerância alimentar a certos alimentos. Isso ocorre por causa das alterações anatômicas e fisiológicas no trato gastrointestinal devido ao procedimento.
Um bom exemplo é quando o estômago é reduzido de tamanho. Diminui-se a quantidade de alimentos que podem ser consumidos de uma única vez, gerando uma certa intolerância a refeições “mais pesadas”.
Além disso, alguns alimentos (normalmente os gordurosos, açucarados, picantes ou fibrosos) podem ser mal aceitos, provocando náuseas, vômitos, diarreia, flatulência ou outros desconfortos abdominais.
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