Saúde da Mulher

Estratégias Nutricionais para TPM e Endometriose

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Estratégias Nutricionais

Estratégias Nutricionais para TPM e Endometriose

Hoje, mais de 80% do público no consultório de Nutrição é feminino. Sabe-se que a saúde da mulher requer atenção e cuidados únicos, pelas oscilações hormonais fisiológicas as quais estão expostas ao longo da vida, além de desordens clínicas comuns do sexo feminino, como a Endometriose, que é alvo de queixas frequentes durante a consulta nutricional. Em razão disso, são necessárias estratégias nutricionais, como forma de minimizar os sinais e sintomas, a fim de contribuir para melhora da qualidade de vida da mulher. Neste blog abordaremos sobre estratégias nutricionais na Tensão Pré-Menstrual e na Endometriose.

Combate a Irritabilidade e Ansiedade na Tensão Pré-Menstrual


Tensão Pré-Menstrual (TPM) ou Síndrome Pré-Menstrual (SPM) atinge cerca de 70% das mulheres, sendo descrita como um conjunto de manifestações físicas, emocionais, cognitivas e comportamentais, que surgem normalmente durante a fase lútea do ciclo menstrual e com seu declínio com o início da menstruação.

Com impacto significativo no bem-estar, rendimento e humor das mulheres, mais de 200 sintomas são associados a TPM, porém a irritabilidade, alteração de humor e ansiedade são os mais comumentes relatados. Nesse sentido, o controle e a redução desses sintomas são fundamentais para minimizar as oscilações do estado emocional durante a TPM, contribuindo para a qualidade de vida da mulher.

Vitamina B6 (Piridoxina)

A vitamina B6 também conhecida como piridoxina, é um composto hidrossolúvel, que desempenha diversas funções metabólicas no organismo. O consumo adequado de fontes dietéticas da vitamina B6 pode auxiliar nos sintomas relacionados ao humor da TPM, já que atua como importante cofator na síntese de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar. A deficiência de vitamina B6 pode estar associada com a piora dos sintomas como irritabilidade, cólicas menstruais, ansiedade e compulsão por doces, sendo nesse caso indicado a suplementação.

Alimentos Fontes: Aveia, nozes, banana, lentilha, abacate, sementes de girassol, etc.

Recomendação: 25-100mg/dia. Não ultrapassar o limite máximo da UL de vitamina B6.

Estratégias Nutricionais

Melissa (Melissa officinalis L.)

A melissa pertence à família Lamiaceae, sendo conhecida também como erva-cidreira, cidreira, capim-cidreira e citronete. A planta se destaca pela sua ação calmante e sedativa leve, que ajuda a reduzir os sintomas de tensão e ansiedade. O chá de melissa também pode ser indicada em casos de cólicas menstruais, pois favorece o relaxamento da musculatura lisa, aliviando as dores derivadas da contração uterina durante o período menstrual.

Principais constituintes: óleos voláteis (citral, citronelal, citronelol, linalol, geraniol, neral, etc), taninos, flavonoides e ácidos fenólicos.

**Contraindicações: Não é indicada para gestantes, lactantes e crianças menores de 12 anos. Pessoas com hipotireoidismo e com uso de medicamentos sedativos ou calmantes também devem evitar o consumo desta planta. Utilizar cuidadosamente em pessoas com hipotensão arterial.

Recomendação: Utilizar 1 xícara chá de 2 a 3 vezes ao dia.

Camomila (Matricaria chamomilla L.)

A camomila é uma planta herbácea anual, aromática, pertencente à família Asteraceae, popularmente conhecida no Brasil.  Assim como a Melissa officinalis L., também possui propriedade sedativa e calmante leve. O chá de camomila pode ajudar a reduzir a irritabilidade e a aliviar o estresse, sendo eficaz também no tratamento da ansiedade.

Principais constituintes: Terpenos, camazuleno, α-bisabolol, flavonóides e cumarinas.

Recomendação: Utilizar 1 xícara de chá de 3 a 4 vezes ao dia.

Redução do Processo Inflamatório na Endometriose


A Endometriose é uma desordem crônica estrogênio-dependente e progesterona resistente, que acomete cerca de 6 a 10% das mulheres no período reprodutivo, sendo caracterizada pela presença do tecido endometrial funcional fora da cavidade uterina, resultando em um processo inflamatório crônico. Tal condição clínica pode comprometer principalmente os ovários, peritônio, ligamentos uterossacros, região retrocervical e septo retovaginal.

A migração de células endometriais pode gerar sintomas variados, que incluem dor pélvica, dismenorreia, dispareunia, afetando drasticamente as atividades do dia a dia da mulher. A infertilidade também pode estar presente no curso avançado da endometriose, gerando sentimento de frustração, medo, ansiedade, sendo responsável pelos casos de depressão relacionado à doença. No entanto, a alimentação pode ser uma grande aliada ao tratamento, visto que os nutrientes e compostos bioativos com ação anti-inflamatória, podem contribuir para a redução do processo inflamatório, típico da endometriose, diminuindo os episódios de dor, bem como dificultar a evolução da doença.

Cúrcuma (Curcuma longa L.)

Também conhecido como açafrão-da-terra, a cúrcuma é um rizoma de cor amarelo/alaranjado originário da Ásia (Índia e Indonésia), pertencente à família Zingiberaceae, a mesma do gengibre. Apresenta sabor intenso e vem sendo muito pesquisado e utilizado na nutrição funcional pelo seu poder terapêutico. Normalmente, utilizado na culinária principalmente na forma em pó seco no final do preparo de arroz, frango, frutos do mar, sopas e molhos. Diversos estudos relatam o potente efeito anti-inflamatório da curcumina, composto bioativo majoritário da cúrcuma, por inibir a COX-2 e a síntese de prostaglandinas. Contudo, estudos recomendam o consumo de curcumina  em conjunto com piperina, componente presente na pimenta-do-reino, que possibilita o aumento da sua biodisponibilidade.

Principais constituintes: Curcuminoides, (curcumina, desmetoxicurcumina, e bisdesmetoxicurcumina), betacaroteno, alcaloides, flavonóides e óleos essenciais.

Recomenda-se o consumo diário de 1g da cúrcuma em pó, como fonte de curcuminóides que deve ser associada com 50mg de pimenta preta em pó (Fonte de Piperina para melhor biodisponibilidade).

Ômega-3 

Geralmente, as pessoas têm dificuldade em consumir a quantidade adequada de ômega-3 das fontes dietéticas, em muitos casos, a suplementação nutricional é recomendada. Sabe-se que a suplementação de ômega-3 pode promover uma melhora dos sintomas em pacientes com endometriose por sua importante ação anti-inflamatória, agindo no metabolismo da prostaglandina E1 e outros fatores envolvidos na dor e na inflamação.

Alimentos fontes: linhaça, sardinha, arenque, linguado, salmão, cavala, atum, truta, etc.

Dose Recomendada: 1,5 a 3mg de EPA/DHA.

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Bibliografia Consultada: 

ARABLOU, Tahereh; KOLAHDOUZ-MOHAMMADI, Roya. Curcumin and endometriosis: Review on potential roles and molecular mechanisms. Biomedicine & Pharmacotherapy, v. 97, p. 91-97, 2018.

HIEU, Truong Hong et al. Therapeutic efficacy and safety of chamomile for state anxiety, generalized anxiety disorder, insomnia, and sleep quality: A systematic review and meta‐analysis of randomized trials and quasi‐randomized trials. Phytotherapy Research, 2019.

JARVIS, Courtney I.; LYNCH, Ann M.; MORIN, Anna K. Management strategies for premenstrual syndrome/premenstrual dysphoric disorder. Annals of Pharmacotherapy, v. 42, n. 7-8, p. 967-978, 2008.

KASHANIAN, M.; MAZINANI, R.; JALALMANESH, S. Pyridoxine (vitamin B6) therapy for premenstrual syndrome. International Journal of Gynecology & Obstetrics, v. 96, n. 1, p. 43-44, 2007.]

RAHBAR N.; ASGHARZADEH N.; GHORBANI R. Effect of omega-3 fatty acids on intensity of primary dysmenorrhea. International Journal Gynaecology Obstetric. v.14, 2012.

SHARIFI, F.; SIMBAR, M.; MOJAB, F. et al. Compatison of the effects of Matricaria camomila (Chamomile) extract and mefenamic acid on the intensity of pré-menstrual syndrome. Complement Ther Clin Pract; 20(1):81-8, 2014.

SHOBA, Guido et al. Influence of piperine on the pharmacokinetics of curcumin in animals and human volunteers. Planta medica, v. 64, n. 04, p. 353-356, 1998.

SILVA, Sandra Maria Chemin Seabra da et al. A influência da tensão pré-menstrual sobre os sintomas emocionais e o consumo alimentar. Nutrire Rev. Soc. Bras. Aliment. Nutr, v. 37, n. 1, p. 13-21, 2012.

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